Nossa dificuldade nas sessões de psicoterapia, dita em um post anterior, parece ter sido solucionada. Como sugestão da Cíntia, para descobrir se a resistência do Gabriel tinha relação à ela ou ao atendimento em si, simulamos a ida ao consultório para ver a Camila, que é uma outra psicóloga que atende outro menino na mesma hora da sessão do Gabriel. E não foi que ele aceitou numa boa. Também pudera, a Cíntia é que corrige, que pega no pé, que cobra, enfim, que faz o trabalho "chato". Já a Camila é pra dar beijos, abraços, emprestar brinquedo ou DVD's. Pelo menos agora ele não apronta um auê pra ir pra consulta. A Cíntia resolveu também não continuar utilizando as caixinhas (programas utilizados na sessão), ao invés disso ela procurou outras abordagens, para ver se assim ele aceitaria melhor as sessões. Ontem a coisa melhorou ainda mais, já que a Cíntia e a Camila resolveram trabalhar de forma conjunta o Gabriel e o outro menino, que também se chama Gabriel, mas que tem 11 anos. Parece que a sessão foi sensacional. Como o comportamento do meu Gabriel é totalmente moldado por imitação, foi maravilhoso ele ter outra criança para copiar. Até massagem ele pediu porque o outro garoto não começa sua sessão sem essa atividade. Massagem não é o forte do meu Gabriel. Pra ele aceitar só na base da brincadeira e mesmo assim tem que ser por pouco tempo, porque já fica impaciente. Agora ele já mudou e até pede por um carinho com óleo de massagem. Outra coisa muito legal foi que o outro Gabriel faz sempre as caixinhas numa boa, sem reclamar e quando o meu Gabriel viu, começou a querer fazer também. Pronto, achei tudo de bom. Fiquei aliviada pois assim a Cíntia pode dar continuidade ao seu trabalho, antes interrompido. E o mais maravilhoso foi o comentário do meu Gabriel frente a uma certa situação: Estava a Camila e o outro Gabriel finalizando a sua sessão, quando ele perguntou se ele poderia ir um pouco pro computador. A Camila disse que não, pois o pai dele já havia chegado e que por isso ele precisava ir embora. Ele insistiu e disse que queria muito jogar um pouco no computador. De novo a Camila disse que não, que já era preciso ele ir embora. Assistindo todo o diálogo, o meu Gabriel fez o seguinte comentário: - Nossa Cíntia, eles estão conversando, né? A Cíntia respondeu: - É Gabriel, quando tem um problema as pessoas precisam conversar para resolvê-los. Daí ele falou: - É Cíntia, não pode bater, nem beliscar. Tem que conversar! Uhuuu!! Vibrei quando a Cíntia me contou. Acho que foi um dos momentos mais esperados por mim desde quando a agressividade do Gabriel apareceu (isso tem mais ou menos uns 3 anos, quando os beliscões, tapas e chutes começaram). Vocês não podem imaginar como foi importante saber que meu filho, enfim, entendeu que precisa conversar para se entender com outras pessoas. Para mim isso não tem preço. Fico emocionada só de pensar que isso é um grande (re)começo para ele. Torço pra que essa imitação continue sendo positiva e que ele continue copiando os bons comportamentos do seu companheiro de terapia.
terça-feira, 22 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
Velocidade no raciocínio
Estamos muito animados por ele estar começando a contra-argumentar. Na quarta precisamos levá-lo à pediatra pois, está com bicho-de-pé. Já tentamos tirar e nada, mas enfim levamos para ela ver. Como foi à noite, emendamos e fomos logo depois do trabalho. Peguei o Gabriel em casa, que já havia jantado e levamos ao consultório dela. Quando estávamos voltando pra casa ele dormiu e o Gustavo resolveu passar no McDonalds pra comer alguma coisa, porque ainda íamos passar na casa de uma amiga e chegar na casa dos outros sem comer nada, não dá certo. Ao estacionar o carro, o Gabriel acordou e disse:
- Papai, quero comer sanduíche.
- Mas, Gabriel você já jantou.
Automaticamente, ele respondeu: - Mas a minha barriga já tá vazia.
- Gabriel, você só é pequeno, mas seu raciocínio tá bem rápido hein?- disse o papai.
- Mas eu não sou pequeno, sou um menino grande.
UAU!!!Fiquei surpresa de ver o racicínio do nosso garoto. Rápido no gatilho e com argumentos bem objetivos. Bom demais, não é?
Desafio atual
Gabriel está dando um pouco de trabalho nas sessões de psicoterapia. Há algum tempo, estamos tentando descobrir o que realmente o desagrada. Não sabemos se são as atividades em si (a tal das caixinhas, que contém os programas a serem trabalhados) ou se é uma resistência à Cíntia (tadinha, tá quebrando a cabeça pra descobrir também). Já mudamos de estratégia algumas vezes. A Cíntia já o levou pra passear, levou DVD de filme infantil, reforçou com algum tempo no computador, mas nada parece dar certo. Ontem ela decidiu vir aqui em casa e parece que foi proveitoso. Ela está revendo e decidirá o que faremos. Achei ótimo porque além de evitar o deslocamento (o consultório dela é bem longe daqui de casa), foi muito bom pra pessoa que cuida do Gabriel ter noções de como lidar com ele, já que ela é nova aqui em casa.
terça-feira, 1 de junho de 2010
Coincidência???
Mal a gente tinha comemorado as evoluções na escola (último post) e nos deparamos, ontem, com o bilhete na agenda dizendo que o Gabriel bateu em 4 coleguinhas. Aff! Parece que não podemos comemorar muito e lá vem um lembrete de que as coisas não são tão simples assim. Nesse fim de semana, o Gabriel saiu totalmente da dieta orgânica. Os eventos sociais são um convite pra saída dela. Na segunda ainda, quando foi para a psicóloga, mais comportamentos ruins. Bateu na Cíntia, no papai e não quis cumprir com sua parte na sessão. Não é muita coincidência!!?? Com a volta à dieta na segunda, hoje, tudo voltou ao normal. Seu comportamento na escola foi bom e até pareceu mais falante, apesar de muitas frases não terem conexão umas com as outras. O que não é problema já que a nossa interpretação do que ele fala é um exercício diário e está se tornando o nosso ponto forte!!! Iniciamos, há 3 semanas, uma medicação homeopática que é voltada para socialização e para melhorar raciocínios matemáticos. Para este último eu ainda não sei, mas para a socializacão as coisas estão melhorando, no sentido dele perceber a necessidade do outro em sua volta. Fora o fato de sentir falta da família que está longe, essa semana ele fez uma pergunta muito interessante: Mamãe posso trazer os amiguinhos aqui em casa?? Fiquei tão surpresa que nem respondi logo. Pensei, pensei, mas não na resposta, pois essa eu já sabia. Imaginei se ele poderia estar repetindo um diálogo de algum desenho animado, porém como sei exatamente o que ele assiste, descartei essa hipótese. Ou se alguma vez eu havia ensinado ele a perguntar isso, mas não. Parei de pensar e me dei conta de que preciso parar de pensar, pensar, pensar e me deixar levar pela espontaneidade da situação em si e não questionar tanto os porquês de tudo que acontece. Esse exercício ainda preciso praticar mais. Quanto mais eu praticar, mais eu serei espontânea e mais rápida serei em responder. Nem precisa de homeopatia para esse raciocínio, né?
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