terça-feira, 22 de junho de 2010

"Nada se cria tudo se copia"

Nossa dificuldade nas sessões de psicoterapia, dita em um post anterior, parece ter sido solucionada. Como sugestão da Cíntia, para descobrir se a resistência do Gabriel tinha relação à ela ou ao atendimento em si, simulamos a ida ao consultório para ver a Camila, que é uma outra psicóloga que atende outro menino na mesma hora da sessão do Gabriel. E não foi que ele aceitou numa boa. Também pudera, a Cíntia é que corrige, que pega no pé, que cobra, enfim, que faz o trabalho "chato". Já a Camila é pra dar beijos, abraços, emprestar brinquedo ou DVD's. Pelo menos agora ele não apronta um auê pra ir pra consulta. A Cíntia resolveu também não continuar utilizando as caixinhas (programas utilizados na sessão), ao invés disso ela procurou outras abordagens, para ver se assim ele aceitaria melhor as sessões. Ontem a coisa melhorou ainda mais, já que a Cíntia e a Camila resolveram trabalhar de forma conjunta o Gabriel e o outro menino, que também se chama Gabriel, mas que tem 11 anos. Parece que a sessão foi sensacional. Como o comportamento do meu Gabriel é totalmente moldado por imitação, foi maravilhoso ele ter outra criança para copiar. Até massagem ele pediu porque o outro garoto não começa sua sessão sem essa atividade. Massagem não é o forte do meu Gabriel. Pra ele aceitar só na base da brincadeira e mesmo assim tem que ser por pouco tempo, porque já fica impaciente. Agora ele já mudou e até pede por um carinho com óleo de massagem. Outra coisa muito legal foi que o outro Gabriel faz sempre as caixinhas numa boa, sem reclamar e quando o meu Gabriel viu, começou a querer fazer também. Pronto, achei tudo de bom. Fiquei aliviada pois assim a Cíntia pode dar continuidade ao seu trabalho, antes interrompido. E o mais maravilhoso foi o comentário do meu Gabriel frente a uma certa situação: Estava a Camila e o outro Gabriel finalizando a sua sessão, quando ele perguntou se ele poderia ir um pouco pro computador. A Camila disse que não, pois o pai dele já havia chegado e que por isso ele precisava ir embora. Ele insistiu e disse que queria muito jogar um pouco no computador. De novo a Camila disse que não, que já era preciso ele ir embora. Assistindo todo o diálogo, o meu Gabriel fez o seguinte comentário: - Nossa Cíntia, eles estão conversando, né? A Cíntia respondeu: - É Gabriel, quando tem um problema as pessoas precisam conversar para resolvê-los. Daí ele falou: - É Cíntia, não pode bater, nem beliscar. Tem que conversar! Uhuuu!! Vibrei quando a Cíntia me contou. Acho que foi  um dos momentos mais esperados por mim desde quando a agressividade do Gabriel apareceu (isso tem mais ou menos uns 3 anos, quando os beliscões, tapas e chutes começaram). Vocês não podem imaginar como foi importante saber que meu filho, enfim, entendeu que precisa conversar para se entender com outras pessoas. Para mim isso não tem preço. Fico emocionada só de pensar que isso é um grande (re)começo para ele. Torço pra que essa imitação continue sendo positiva e que ele continue copiando os bons comportamentos do seu companheiro de terapia.

6 comentários:

  1. Erica

    De fato, uma grande vitória, o fato dele perceber o diálogo e fazer a relação do diálogo ser diferente da situação em que ele agride quando contrariado, foi demais!!! Parabéns ao Gabriel e às meninas que encontraram uma estratégia de intervenção que deu certo!
    Um beijo, adorei o post, aprendi um pouco mais :)
    Cris (www.mundodami.zip.net)

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  2. WOW!!! Amei o post! Também fiquei super feliz e tomara mesmo que ele deixe a agressividade de lado e dialogue quando quiser alguma coisa!
    Adorei os dias que ele passou comigo na casa da Dani,ele estava bem mais calmo e muito mais obediente! Até o incidente com a babá foi maravilhosamente bem resolvido, por ele mesmo!!
    Amo este meu neto de paixão!!! Beijão pra vocês e parabéns às psicólogas pela sábia intervenção!! BJKS!!!

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  3. Nossa, adorei o post... sabe que amo quando leio posts assim de pessoas que encontram dificuldades e persistem até resolver o problema... essa vida de detetive é tão fascinante né? Descobrir o que se passa na cabeça deles e ir desvendando o que sabem e aprenderam... e ser surpreendida por algumas frases é o maior prêmio que se pode ter! Amei o post e que bom que o coleguinha está ajudando o Gabriel... Lu teve de ter mais cuidado ao chegar na apae para fazer a fono (ele não fica lá o dia todo, só faz tratamento com a fono)... ele copiava tudo e começou a imitar os meninos de lá... como eles imitam muito, é importante a convivência com outras pessoas que tem gostos diferentes, aprendizados diferentes né? Usamos isso pra tentar fazer o Lu comer algo diferente pq ele não gosta de experimentar nada... outro dia pediu brigadeiro (aff podia ter pedido uma coisa mais saudável, hahahahahaha) e comemoramos pelo fato de ele querer a novidade! Quanto a ele ter entendido que é melhor conversar, isso é otimo pq o que chamamos de agressividade, não é a intensão deles né? É apenas o pensamento concreto de querer parar aquela pessoa + instinto de bater (que todos temos mas sabemos controlar por termos a socialização de forma natural). Estou amando te visitar! beijos na família!

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  4. Que legal que tudo melhorou por aí... quando esses meninos não querem alguma coisa é muito difícil fazer com que eles façam... tem que pensar mil estratégias e torcer pra alguma funcionar. Lá em casa, quem tinha esse papel chato era o meu pai e até hoje, quando meu pai fala o Lu tampa o ouvido, mesmo que ser for algo bom. E tudo que damos bronca ele fala "o Luiz vai ficar bravo" ou "o seu pai vai brigar"... então agopra papai raramente dá bronca e estamos falando pra ele que o papai ama ele e etc. Tem o fato da voz do meu pai ser grossa e alta tbm e aí, tudo o Lu acha que é bronca. Já a voz da moça que fica com ele na sala de aula é baixa e ele falou que era voz de vovozinha, hehehe. Engraçado como TUDO pode irritar um autista pois ele tem todos os sentidos aguçados. São mesmos uns gerreiros né?

    Estou feliz com os resultados contados no post, tenho certeza que esse post ajudará muita gente!

    Beijos!

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  5. É ótimo ver que vocês estão caminhando bem com o Gabriel!

    Que Deus continue a bençoá-los diariamente!

    Abraços, Graça e Paz.

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  6. Que bom mana! ele já percebeu o melhor caminho! Saudadesss

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