Há uns 2 anos o Gabriel começou com o hábito de roer as unhas. Na época lembro que estávamos com uma conduta mais rígida e intolerante em relação a certos comportamentos como bater, beliscar ou gritar, pois até então não tínhamos a menor idéia sobre o autismo. Achávamos que esse comportamento estava acontecendo por falta de limites. Lembro que no meio da nossa investigação para encontrar explicações para isso, fomos a uma neuropediatra que concluiu que seu problema se resumia em problemas educacionais e que faltava limites mesmo e reforçou a necessidade de sermos mais firmes em nossa conduta. Nem preciso dizer que foi exatamente isso o que aconteceu. Não tolerávamos nem uma mudança no tom de voz. Se gritasse então, a casa caía. Bater ou beliscar virou um crime inafiançável, sem direito a ver seu DVD preferido ou ir para o computador. Tudo que ele mais gostava era retirado diante de um mau comportamento. A pressão foi grande. Esprememos a fruta até não dar mais suco. Resultado: ele acabava se autopunindo roendo suas unhas e dedos. Por orientação da psicopedagoga decidimos afrouxar mais e ignorar algumas coisas e em seguida isso logo diminuiu, mas ao longo do tempo nunca zerou de fato. Fiquei radiante por começar a cortar as unhas, já que agora estavam finalmente crescendo. Sentia o maior prazer em tirar aquela sujeira preta debaixo da unha. Meio nojento né? Mas se tinha sujeira era porque havia uma unha crescida e isso pra mim era um sinal de que a compulsão havia melhorado. Em março desse ano a compulsão voltou pra valer. Na consulta com a homeopata que palestrou na conferência, ele não conseguia se controlar. Dava nervoso de ver. Ela prescreveu um remédio homepático que na primeira semana não mostrou resultado positivo, pelo contrário, só piorou. Resistimos e esperamos mais uma semana e nada. Dobramos a concentração da medicação e começou a diminuir mas ainda acontecia. Apesar da frequência ter diminuído a intensidade aumentou. Chegava a ver marcas de sangue em camisas e calças de tão machucados. Ele roía as unhas e tirava a pele dos dedos até sangrar. Uma vez quando fui pegá-lo na escola me assustei com a quantidade de sangue no uniforme. Pensei até que tinha brigado com algum coleguinha, mas era por vários cortes nos dedos por mordida. Então na quarta semana, triplicamos a concentração e aguardamos. Para nossa alegria as coisas melhoraram. Hoje, ele me mostrou as duas mãos e falou: - Mamãe, tá quase todo mundo (os dedos) bom, só falta esse aqui, disse apontando para o polegar, que ainda está bem machucado e que é o único que ele ainda mordisca. Os outros nove estão se recuperando bem e já estão com aquela pelezinha nova e fininha. Parece que acertamos na dose. VIVA a homeopatia!!
Graças a Deus! Outro dia quando estava aí na casa da Dani, ele tinha o rosto e as mãos sujas de sangue, lavei e ví a ferida que ele tinha feito...Tomara que isto não aconteça mais!!! Um beijo muito saudoso! Amo vcs!!!
ResponderExcluirAhhhh.. que legal..... ele até comentou no telefone hoje que tinha cortado as unhasss, e que agora estavam limpinhass... q bacana!
ResponderExcluirBeijossss isso é muito bomm.... uma notícia maravilhosa! VIVA